1. Quando é que "preocupação com a aparência" se torna dismorfia corporal?
Na dismorfia corporal, a preocupação com a aparência causa sofrimento significativo e interfere com pelo menos uma área da vida. Os sintomas e áreas de dificuldade são diferentes de pessoa para pessoa, mas alguns exemplos são: evitar certas situações sociais, preocupação elevada com avaliação negativa dos outros, usar formas de camuflagem (ex., maquilhagem pesada, roupa especifica, mudança de postura).

Se se inscrever para participar neste projeto, a primeira fase será uma consulta de avaliação com um profissional  de Psicologia Clínica para avaliar a presença de sintomatologia de dismorfia corporal. 


2. Quão comum é a dismorfia corporal?
A dismorfia é reconhecida como uma "perturbação oculta", porque pessoas com esta sintomatologia têm muitas vezes vergonha de revelar as suas dificuldades. Isto traduz um grande obstáculo no diagnóstico adequado. Ainda assim, os estudos indicam que a dismorfia corporal afeta cerca de 2% da população, uma percentagem muito elevada! 


3. A dismorfia é mais comum em mulheres do que em homens?
Ao contrário de outras dificuldades da imagem corporal, a dismorfia afeta homens e mulheres de forma muito semelhante - o foco da preocupação é que tende a ser diferente (por exemplo, a dismorfia muscular, um subtipo de dismorfia corporal onde o foco da preocupação é o tamanho/forma dos músculos, é mais comum em homens). Minorias de género são consideradas um grupo de risco. 


4. Os tratamentos cosméticos ajudam?
Apesar de muitas pessoas com dismorfia corporal considerarem tratamentos estéticos, estes NÃO são recomendados para o seu tratamento eficaz. Pelo contrário, existe o risco de provocar ainda mais sofrimento. Frequentemente, após cirurgia, as dificuldades permanecem mas com outro foco de preocupação, levando a procedimentos recorrentes.


5. Porque não se fala mais destas dificuldades?
Infelizmente, só uma percentagem muito reduzida de pessoas é que é corretamente diagnosticada. Isto deve-se a múltiplos fatores, incluindo:

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• Sintomatologia marcada por vergonha extrema, o que dificulta o pedido de ajuda;

• Procura de ajuda na área da estética e não da saúde mental;

• Muitas vezes associado a outras dificuldades/perturbações mais facilmente identificadas (ex., ansiedade, perturbações alimentares);

• Falta de recursos para profissionais.

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